Blogue de NELSON S. LIMA

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Um mistério para a Ciência!

Os meninos (autistas) sábios!
Desenho de Ig Giles Trehin da cidade imaginária Urville. Ig é autista e inventou uma cidade do século XII a.C. Ao longo dos anos foi acrescentando pormenores actualizando a história da cidade em função de um hipotético desenvolvimento económico, social e cultural imaginado.
Visite o site de Ig Giles > http://www.urville.com/

Continuam a ser um mistério para a Ciência.
O seu talento, em algumas operações mentais e nas artes,
é fora de série. São os chamados savants.
Também são conhecidos como subdotados excepcionais.
Antigamente eram referidos como idiotas-sábios.

Estamos a falar do Síndrome Savant. Ele resulta de uma anomalia genética que surge em algumas crianças com atraso mental e em alguns autistas que lhes permite obterem excepcionais desempenhos em áreas muito específicas da execução mental.
As crianças savants chegam a ter um Q.I. que se situa entre os 40 e os 70 pontos, um quociente intelectual fraco. Um terço dessas crianças são autistas. O traço excepcional que apresentam é geralmente unifocal, ou seja, prende-se apenas com uma habilidade muito específica e em que são superiores à pessoas de Q.I. médio (100) ou até às sobredotadas.
Por exemplo, os savants em cálculo são obcecados por números. Revelam uma memória fotográfica altamente precisa e uma extraordinária rapidez na obtenção de resultados podendo ultrapassar, por vezes, a velocidade dos computadores pessoais. É conhecido o caso de um rapaz que, em apenas 2 minutos, consegue calcular o número total de segundos que existem, por exemplo, em 18 meses a partir de uma determinada data. Já os savants hábeis em cálculo de calendário conseguem determinar o dia de uma qualquer data futura ou passada. 
Os savants musicais têm preferência pelo piano. Pensam os cientistas que esta preferência parece dever-se ao facto do piano produzir sons e tonalidades organizados em linha, graças à disposição das teclas. Julga-se que também estabelecem uma ligação emocional com os sons, podendo revelar-se autênticos prodígios de interpretação. Não conseguem, todavia, ser compositores brilhantes visto que estão muito limitados na sua capacidade criativa.
No desenho também há savants. Apresentam algumas singularidades como alta habilidade para a reprodução realista de figuras, em especial imagens naturalistas, e espantosa memória visuo-espacial. Desenham habitualmente de memória com grande precisão geométrica. Ig Giles (ver desenho) é um deles.
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Mentes prodigiosas!
Um dos estudos mais conhecidos sobre o fenómeno savant foi realizado pelos investigadores Darold Treffert e Gregory Wallace. Num artigo publicado na revista Scientific American Mind eles relataram alguns casos excepcionais.
É o caso de Leslie Lemke que se revelou um músico virtuoso aos 14 anos quando interpretou primorosamente o Concerto nr. 1 para Piano de Tchaikovsky poucas horas depois de o ter ouvido uma única vez na televisão. É invisual e sofre de parilisia cerebral.
Outro exemplo é Richard Wawro´s, um artista plástico de renome, com obras expostas no Vaticano e considerado pela crítica como sendo um "fenómeno incrível". É autista.
Kim Peek, um memorizador de enciclopédias e mapas, surpreendeu os investigadores por ter conseguido memorizar palavra a palavra o conteúdo de 7.600 livros e todos os mapas dos Estados Unidos. Mostrou-se capaz de saber todos os códigos postais e os nomes dos canais de televisão privados do país. Foi este homem que inspirou a personagem de Reymond Babbit, interpretada por Dustin Hoffman no filme Rain Man (Encontro de Irmãos).
Mais antigo mas não menos interessante é o caso de "Blind Tom" Bethume (1849/1908) que foi considerado a "oitava maravilha do Mundo". Embora não conhesse mais do que 100 palavras consta que conseguia tocar mais de 7 mil peçasde piano.
Também algumas crianças com o Síndrome de Williams - uma anomalia genética que produz baixa aptidão intelectual e problemas sérios no sistema cardiovascular - podem exibir um extraordinário talento musical. Elas possuem alta sensibilidade para discriminar sons. Por causa disso demonstram muito interesse e entusiasmo pela música sendo capazes de fixar facilmente melodias e letras por longos períodos.