Blogue de NELSON S. LIMA

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NOVA REFLEXÃO SOBRE
A INTELIGÊNCIA HUMANA

Para que haja um determinado tipo de inteligência é preciso que a Natureza tenha assim determinado e criado as condições físico-orgânicas para isso. Ao se estudar o cérebro sadio, com o propósito de entender o seu funcionamento e a sua capacidade de operar, compreender e criar coisas, só encontramos condições para dois grandes tipos de inteligência:

a) a grande inteligência, a inteligência de ser, analógica e instintiva, e
b) a inteligência racional, também chamada de noética, tornada possível pelo intelecto e suas funções e identificada com a lógica aristotélica.

As estruturas que tornam possível a grande inteligência são as que compõem o chamado sistema límbico, e as estruturas que tornam possível a inteligência racional é a organização neuronal do córtex cerebral, não havendo, além dessas, estruturas cerebrais que nos permitam falar em outros tipos de inteligência.

Howard Gardner, ao lançar sua teoria das múltiplas inteligências, no seu dizer: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência visuo-espacial, inteligência musical, inteligência corpo-cinestésica, inteligência socio-interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência naturalista, - tendo considerado, mais tarde, a possibilidade de uma inteligência espiritual -, parece ter confundido habilidade com inteligência.

Na verdade, o que Gardner chamou de "inteligências" são habilidades que estão englobadas nos dois grandes tipos de inteligência, mas não constituem, por si mesmas, tipos de inteligência.

Se fôssemos aceitar múltiplas inteligências, estaríamos regredindo às idéias do médico alemão Franz Joseph Gall (1758-1828), que criou a frenologia, segundo a qual o formato do crânio indicaria, logo abaixo, certas circunvoluções cerebrais (bossas) que dariam condições especiais de inclinações para determinados assuntos: linguísticos (bossa para línguas), para matemática (bossa para matemática), para música (bossa musical) e assim por diante. A teoria de Gall foi bem aceita e, à época, eram poucos os médicos que não tinham em seus consultórios uma cabeça frenológica de porcelana. Essa teoria é mencionada hoje apenas para relato histórico, sem nenhuma validade científica.

Voltando aos dois tipos de inteligência: quando desenvolvemos bastante cada um deles, chegamos ao conceito de superinteligência, como é lógico.

Como a grande inteligência é tornada possível basicamente pelas estruturas do sistema límbico, situadas bem no interior do cérebro e mais responsável pelas emoções, há quem a chame de inteligência emocional , o que o autor deste artigo, no início, evitou fazer, uma vez que a palavra emocional é polissêmica e seus vários sentidos tornam confuso seu entendimento. Por isso, este autor usou a expressão grande inteligência em sua conferência, em Estocolmo, Suécia (em 1984), quando apresentou o conceito do que o americano Goleman chamou, em 1995, de "inteligência emocional".

Outra razão que nos leva a considerar duas formas de inteligência é o facto que temos dois hemisférios cerebrais, cada qual com suas funções específicas: enquanto o esquerdo é o da inteligência lógico-racional, o direito é o da grande inteligência. As habilidades linguísticas são possíveis graças a estruturas no hemisfério esquerdo (área de Broca e área de Wernicke), da mesma forma que as habilidades lógico-matemáticas. A habilidade musical, a corpo-cinestésica, a sócio interpessoal, a intrapessoal, a naturalista do hemisfério direito.

Ainda mais: sempre se considerou duas maneiras de pensar, a indução (da grande inteligência) e a dedução (a inteligência noética). O pensamento por analogia, isto é, pelas semelhanças nas relações, é uma indução começada.

Como se vê, pelas razões expostas acima, não há que se falar em múltiplas inteligências e, sim, habilidades dos dois grandes tipos de inteligência.

Texto do Professor Luiz Machado, Ph.D., Cientista Fundador e Mentor da Emotologia.