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Sobre o futuro das crianças superdotadas!

Sobredotados avaliados aos longo de 50 anos!

Quem desconhece a problemática da sobredotação pensa muitas vezes que se trata de uma matéria sobre a qual os psicólogos falam de ânimo leve e apenas com base em intuições. Uma vez por outra, lendo os comentários dos leitores dos jornais on-line, deparámo-nos com críticas e insinuações que põe em causa o trabalho sério e rigoroso dos especialistas de todo o mundo que, desde há muitos anos, se debruçam sobre a sobredotação intelectual e o talento humano.

A matéria tão pouco é recente ainda que, por vezes, a comunicação social a apresente ao grande público como sendo uma novidade "científica". Daí os equívocos, as omissões e as dúvidas.

Ora os estudos mais clássicos da sobredotação intelectual têm quase 100 anos! Os primeiros remontam aos anos 20 do século passado e devem-se a L.Terman. Foi este investigador quem realizou os primeiros estudos sobre a sobredotação ao longo da vida (longitudinais).

Eis , a título de curiosidade, um resumo do que se passou. A pesquisa inicial (1925) envolveu cerca de 1500 crianças da Califórnia de ambos os sexos que haviam obtido pontuações superiores a 140 na escala psicométrica de Stanford-Binet. Ao longo dos anos seguintes o grupo foi observado por quatro vezes.

A primeira reavaliação ocorreu cinco anos depois (1930). Observou-se então uma ligeira diminuição nos valores do Q.I. mas 80% dos alunos tinham avançado nos seus estudos escolares. 

Completados vinte cinco anos desde a primeira avaliação foram recolhidos novos dados. Os resultados foram tornados públicos em 1947. Na generalidade, os sujeitos observados tinham tido êxito no percurso académico.

A terceira avaliação fez-se aos 35 anos após a formação do grupo. Estava-se já em 1960. Verificou-se então que 85% dos sujeitos haviam frequentado o ensino superior e destes 70% tinham concluído a sua formação. Comparado com o grupo de controlo inicial, os sobredotados tinham conseguido resultados académicos superiores. Do conjunto de todas as pessoas envolvidas no grupo inicial elas haviam publicado até ao momento mais de 2 mil artigos científicos e técnicos e escrito cerca de 60 livros de ciências e artes e cerca de 30 romances. Do grupo destacaram-se alguns inventores que, no conjunto, fizeram o registo de cerca de 230 patentes.

Em 1968, foram publicados os resultados da quarta e última avaliação do grupo. Mantinham-se em concordância com as conclusões anteriores. Feito um novo teste de Q.I. a um grupo de 115 elementos seleccionados em 1925 a pontuação média foi de 140. Em relação ao nível de sucesso obtido ao longo da vida houve uma concordância geral: a grande maioria dos sujeitos observados conseguira lograr êxito nas diferentes actividades em que se envolveram na vida adulta confirmando as previsões iniciais.

Nelson S Lima