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Artigo


SUPERDOTADOS E SEUS PROBLEMAS

Crianças e jovens sobredotados podem, pela natureza da sua personalidade ou das suas altas capacidades, criar alguns problemas muito concretos.

Algumas situações podem apresentar-se muito severas e precipitarem crises existenciais. Vejamos, sucintamente, alguns exemplos.

Perfeccionismo
Algumas crianças sobredotadas tendem a ser crianças-modelo, muitas vezes por culpa de uma educação severa de pais autoritários, exigentes e ambiciosos.
Durante a infância estas crianças vivem em ambientes familiares onde as vozes moralizantes predominam.
Elas tornam-se perfeccionistas para agradar aos pais e uma parte do seu "eu" é submisso. Por conseguinte, sofrem frequentemente de ansiedade e medos.
Os sobredotados perfeccionistas têm como seu principal dilema a busca constante da perfeição e da aprovação. O seu mecanismo de reacção chama-se "controle de reacção", o qual se traduz por um processo de auto-censura rigoroso.

Criatividade não compreendida
Contrariamente às perfeccionistas, as altamente criativas podem revelar-se anárquicas e desorganizadas. Tendem a abordar os problemas ao acaso, são desleixadas e o insucesso escolar é frequente entre elas.
Elas têm dificuldade em seguir as regras e as normas, revoltam-se contra a "autoridade" estabelecida e, por isso, são vítimas de "perseguição" de certas pessoas que com elas convivem, em especial alguns professores menos preparados para lidarem com este tipo de crianças.

Elas não são crianças hostis mas podem tornar-se, por vezes, irritantemente divergentes e insólitas nas suas actuações e comportamentos.
Os seus impulsos criativos podem gerar inesperadas reacções por não serem facilmente aceites em ambientes conservadores.

Impulsividade desgastante
Os sobredotados impulsivos podem ser hiperactivos e apresentarem défice de atenção. Para certas correntes psicanaliticas, a impulsividade é gerada por um desenvolvimento insuficiente do "ego" ou por carências afectivas profundas.
Seja como for, as impulsivas respondem e agem de forma inesperada e rápida mostrando-se incapazes de controlar a sua necessidade de agir imediatamente.
Quando são do tipo "empreendedor", esta impulsividade leva-as a não gostar de perder tempo. Mostram-se decididas e auto-confiantes. Quando são do tipo "aventureiro", a impulsividade está relacionada com a energia que as move. São práticas, activas e gostam de correr riscos.

Hipersensibilidade
A elevada inteligência das crianças sobredotadas fornece-lhes um apurado sentido crítico da realidade que as envolve, uma visão aguda dos problemas e uma quase clarividência sobre o desenrolar dos acontecimentos da vida.
A sua susceptibilidade perante a incompreensão e as atitudes de rejeição por parte dos outros empurra-as para problemas afectivos vários que podem ir até à depressão e ao isolamento.
Nem sempre são compreendidas, muitos colegas rejeitam-nas e insultam-nas por revelarem interesses por vezes incomuns na sua idade.

Isolamento social
Quando o Q.I. ascende a mais de 150 as crianças tendem a isolar-se e a sofrerem dificuldades de relacionamento. Não conseguem misturar-se com os colegas pois os seus interesses ultrapassam as vulgares brincadeiras e preferem ler, falar de assuntos académicos, investigar e estudar.
Tendem então a ser muito selectivas na escolha das amizades e preferem os mais velhos pois esperam encontrar neles a atenção que os mais novos não conseguem dar-lhes.
As sobredotadas para a liderança são as que menos problemas desta natureza encontram pois uma das suas maiores virtudes é precisamente o cultivo de relações sociais variadas.


Nelson S. Lima