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A mente dos sobredotados
O funcionamento intelectual da criança sobredotada passa por uma primeira etapa de precocidade. A criança começa a revelar um ritmo de desenvovimento mais acelerado, a demonstrar um maior número de recursos do que as outras crianças e também habilidades e capacidades próprias de pessoas de mais idade.
O sistema de processamento da informação do sobredotado caracteriza-se por uma interacção entre todos os recursos intelectuais de que está dotado e uma organização bastante rica e complexa das capacidades cognitivas. Isto permite-lhe atingir uma maior qualidade nas representações mentais o que o leva a uma resolução mais eficaz dos problemas. Com efeito, o sobredotado possui uma base de dados mais rica em conhecimentos gerais e estratégias metacognitivas mais maduras do que as observadas nos outros sujeitos da mesma idade.
Isto leva-nos a considerar a configuração intelectual do sobredotado como muito interessante e diferente do resto das crianças pois possibilita-lhe uma produção eficaz em qualquer âmbito ou actividade assim como dispor de múltiplos recursos que lhe permitem uma acção combinada daquelas, ou seja, estratégias complexas para solucionar problemas complexos.
Em concreto existem cinco componentes fundamentais no sistema de processamento da informação no sobredotado:
- processos cognitivos elementares: os sobredotados estão dotados com uma memória de trabalho mais eficaz do que os restantes indivíduos, o que lhes permite resolver problemas complexos que requerem atenção simultânea para integrar informações diferentes de maneira mais eficaz;
- conhecimentos: as acções levadas a cabo por estas crianças provêm do facto de possuirem um mais amplo conjunto de conhecimentos e uma melhor organização mental destes;
- processos de automatização: estes processos estão formados por sistemas de descodificação/interpretação que funcionam de maneira quase automática e, por conseguinte, permitem libertar trabalho da atenção consciente que assim pode fixar-se melhor noutros aspectos dos problemas que analisam e integrar mais informações;
- processos metacognitivos: entende-se por metacognição a capacidade que temos de auto-regular a própria apendizagem, isto é, decidir que estratégias devemos utilizar para cada situação, aplicá-las, controlar o processo, avaliá-lo para detectar possíveis falhas e em consequência transferir tudo aquilo para uma nova actuação. A metacognição permite-nos conhecer o nosso próprio trabalho mental. Pois bem, o sobredotado caracteriza-se por possuir funções metacognitivas superiores, o que provoca, por um lado, que empregue mais tempo a planificar e a sistematizar um problema e, por outro, seja capaz de o resolver de forma mais eficaz que as restantes pessoas;
- ritmo de aprendizagem: nos sujeitos sobredotados este é superior à média, devido ao elevado nível de gestão dos recursos cognitivos vinculados através da adquisição de informação, pois a sua elevada capacidade verbal unida a uma memória também bastante notável faz com que, mediante a organização lógica destes elementos, o ritmo de aprendizagem seja francamente mais rápida. Estes recursos também se dão, sobretudo, nos chamados talentos académicos, que é um tipo de talento complexo, pois nele se destacam a atitude verbal, o raciocínio lógico e a gestão da memória.

Livros de interesse sobre o temas de sobredotação (espanhol e inglês)

Alonso, J.A., Renzulli, J.S., y Benito, Y (eds.). Manual internacional de superdotados. Madrid: Eos, 2003.
Benito Mate, Y. Intervención e investigación psicoeducativas en alumnos superdotados. Salamanca: Amaru, 1994.
Pérez Sánchez, L. Diez palabras clave en superdotados. Madrid: Verbo Divino, 1993.
Silverman, L.K. Counseling the gifted and talented. Denver, Colorado: Love Publishing Company, 1993.
Wallace, B. La educación de los niños más capaces. Madrid: Visor distribuciones, 1988.
Renzulli, J.S. Desarrollo del talento en las escuelas, programa práctico para el total enriquecimiento escolar, mediante el modelo de enriquecimiento escolar. En: Benito Y. (ed.). Investigación e intervención educativa en alumnos superdotados. Salamanca: Amaru, 1994.